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História de Rondônia: último governador do território e primeiro do novo estado, Jorge Teixeira ‘plantou’ cidades e virou mito – rondonia.ro.gov.br

PERSONALIDADES
18 de março de 2019 | Governo do Estado de Rondônia
Na janela do trem que reativou, o passeio até Santo Antônio do Rio Madeira
Último governador do Território Federal de Rondônia e primeiro do novo estado, o coronel R/1 do Exército Jorge Teixeira de Oliveira saiu de braços dados com o ministro do interior, Mário David Andreazza, para tocar uma série de obras que consolidaram “a nova estrela no azul da União”, da maneira como alardeva a propaganda oficial em 1982.
Teixeirão e Andreazza, dois militares gaúchos conhecedores da Amazônia Brasileira infundiram otimismo ao primeiro milhão de habitantes, algo que Rondônia alcançava em 1985, durante o governo tampão do professor Ângelo Angelim.
O ministro abriu portas e, necessariamente, comportas financeiras da União para o tocador de obras – como ele se intitulava – fazer funcionar de verdade o estado. A empresa que mais construiu foi a Construtora Andrade Gutierrez.
 
“Andreazza, efetivamente, era um apoio fortíssimo de Teixeirão, que foi um presidente de Estado. Fazia o que queria, inclusive se dizia que ele faria chover, se necessário fosse”, lembra o economista Sílvio Persivo.
 
Em 1983 o governador empenhou-se em apoiar o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para a primeira e única Rontec (Feira de Tecnologia de Rondônia). “Trouxe para o evento o presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo, e com ele, 13 ministros ao Ginásio Cláudio Coutinho”,  comenta Persivo.
A Assembleia Legislativa concedeu-lhe o título de cidadão honorífico e aprovou a criação dos municípios de Jorge Teixeira e Teixeirópolis. Entrou para a história, virou mito.
Do treinamento de guerra na selva no Panamá, até ser nomeado prefeito de Manaus, bem ambientado na região norte brasileira, Teixeirão surpreendeu Rondônia e o País com métodos próprios de governar. Assim, por exemplo, confiava ao advogado e jornalista Rochilmer Melo da Rocha, diretor do jornal A Tribuna, a missão de convencer o médico clínico geral Claudionor Couto Roriz a deixar o MDB para ingressar no PDS.
Formado em 1970 pela Universidade Federal de Pernambuco, comunista com militância na Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) no interior do Estado do Paraná, o cearense Roriz era estrela na oposição e conhecera Rondônia desde 1972. Rocha promoveu o encontro dele com o governador e daí para a mudança foi um pulo.
Jornalista Cleuber Rodrigues, Teixeirão e dona Aida, na entrega da Creche Marise Castiel
Primeira exigência de Roriz: “Governador, temos em Ji-Paraná um presídio abandonado, um elefante branco, o senhor quer transformá-lo em hospital?”. Teixeirão aceitou o desafio e mandou tocar a obra.
Tantas foram as obras nacionais promovidas por Andreazza que o ministro do Planejamento Mário Henrique Simonsen propôs de brincadeira a criação de uma nova unidade monetária: o andreazza, equivalente a 1 trilhão de cruzeiros, a moeda brasileira da época. “Não muda nada, mas pelo menos a gente lida com menos zeros”, dizia o ministro.
Casado desde 1950 com dona Aida Fibiger de Oliveira, criou o filho Rui Guilherme Fibiger Teixeira de Oliveira e adotou o menino Tsuyoshi Myamoto, Roberto, que estudou no Japão, onde tinha parentes, formou-se engenheiro naval e trabalha atualmente em Manaus (AM), onde presidiu o Instituto Municipal de Transportes Urbanos e estabeleceu-se no ramo portuário.
“Ficou lá, mas volta e meia ele tirava férias e vinha para Manaus e Porto Velho, lugares que aprendeu a gostar e valorizar a família que teve”, conta o repórter fotográfico Rosinaldo Machado, que veio para Rondônia com ele.
Teixeirão ligou para Roberto no Japão, dando por inaugurada a discagem direta internacional, num palanque em frente à extinta Teleron, na Rua D. Pedro II, em Porto Velho.
Nas primeiras eleições, em 1982, o governador saiu de carro, avião e helicóptero por Rondônia, elegendo três senadores do PDS: Claudionor Roriz, Odacir Soares Rodrigues e Reinaldo Galvão Modesto, cinco dos oito deputados federais, e nove dos 24 estaduais.

Mesmo tendo eleito três senadores em 1982, Teixeirão desgastava-se com o PDS, pois deixava ao largo e causava a antigos fiéis arenistas e neopedessistas.
A disputa para as três vagas no Senado Federal fora acirrada, lembra o jornalista Lúcio Albuquerque. Antonio Morimoto, ex-deputado federal pelo estado de São Paulo, havia acompanhado e votado o projeto de Lei nº 41/1981, que criou o estado, e nessa condição se achava no direito de concorrer, inspirado por convites que Teixeirão teria feito a ele.
A pretensão de Morimoto para o Senado por Rondônia lhe custaria a segura terceira eleição para a bancada paulista. A família dele tinha uma grande propriedade rural no município de Vilhena e duas emissoras de rádio.
“O PDS fazia o que Teixeira determinava”, relata Albuquerque.  “Várias testemunhas da época repetiram que o partido só homologava a ordem do chefe maior”. Desta maneira, antes da convenção para aprovação dos candidatos às primeiras eleições de 1982 Teixeirão convidou todos os pretensos candidatos a senador para um jantar na Vila Cujubim.
Teriam entrado na sala apenas ele, o secretário de planejamento José Renato da Frota Uchôa e alguns garçons. Os demais jantavam noutro ambiente próximo. Dos oito pretendentes que estavam na sala principal, o vilhenense Flávio Donin e o carioca Fernando Pedreira, dono da revista Quarto Poder, desistiriam.
Pouco antes do início do jantar com os pretendentes à indicação, noutra sala estavam o governador e seu secretário Uchôa, o presidente regional do PDS, Claudionor Roriz, e o advogado Odacir Soares. Segundo Albuquerque, lavrou-se uma ata na qual a direção do PDS abria mão do direito de indicar os três candidatos, deixando-o para Teixeirão. Soares foi quem redigiu o documento em seu escritório, submetendo-o em seguida ao grupo, e só a partir do retorno dele à vila Cujubim é que o jantar começou.
O governador tomou palavra e ditou que os candidatos do PDS seriam Roriz, Soares e Modesto.
 
“O jantar esfriou, Morimoto deixou a sala alegando traição; o coronel Carlos Godoy abandonou o local, e o médico Leônidas Rachid, outro pretendente, foi embora”.
 
Segundo conta o historiador Francisco Matias, o presidente regional do PDS, Claudionor Roriz, acusado de promover a confusão e já candidato ao Senado, precisou ser escoltado para sua casa em Ji-Paraná. O próprio Matias, fez parte da segurança determinada pelo governador.
Acabada a reunião, a grande discussão era sobre o rifamento de Morimoto. “Uma das fontes que ouvi garantiu que, enquanto iam entrando na sala para o anúncio oficial, Uchôa teria falado algo ao ouvido de Teixeirão, e isso poderia ter causado a mudança; outra  lembrou que Morimoto, deputado por São Paulo, teria ajudado o ex-governador Humberto Guedes, que também repudiava o deputado oposicionista Jerônimo Santana.
O empresário aviador Dezival Ribeiro dos Reis, amigo pessoal do médico Rachid Jaudy, um dos postulantes a candidato, contou ao jornalista que ele e mais um grupo de apoiadores da campanha se reuniram para festejar o resultado esperado do jantar. “Quando Rachid chegou e disse ter ficado fora da disputa, parecia transtornado; o churrasco esfriou, a bebida esquentou”. Segundo Dezival, o material de propaganda da campanha ao Senado estava pronto e fora praticamente inutilizado. Incluído na lista de candidatos a federal, o engenheiro agrônomo e ex-coordenador do Incra Assis Canuto, também amigo de Rachid, disse ter sido uma luta para conseguir que o aceitassem na busca de uma vaga na Câmara. Os dois  foram eleitos.
Com a posse de Angelim no governo em 1985, Roriz voltou ao ninho antigo, ingressando novamente no PMDB. Nomeado secretário estadual de Saúde, permitiu a convocação de seu suplente, Alcides Paio, então dono da Rádio Alvorada de Ji-Paraná.

Em meados de 1980, os jornais O Guaporé, A Tribuna e Alto Madeira noticiavam a ação do jovem idealista Samuel Saraiva (foto à esquerda) na articulação do PDT em Rondônia, depois da perda da sigla PTB pelo grupo liderado por Leonel Brizola, para Ivete Vargas. Então aliado do deputado federal Jerônimo Santana, Saraiva também fora convidado por Teixeirão para se reunir com ele na residência oficial que hoje abriga o Museu Jorge Texeira, no centro histórico de Porto Velho.
Lembra-se Saraiva do início da conversa: “Saraiva tenho acompanhado seu entusiasmo e seu esforço desprovido de recursos, e com a experiência que tenho gostaria de convidá-lo para ingressar no PDS; teremos eleições no novo estado e garanto que você terá chances reais de ser eleito por nosso partido”.
Em seguida, conforme Saraiva, o governador lhe aconselhara a “não se contaminar com (deputado federal)  Jerônimo”, cuja oposição repudiava por considerá-la “insensata, sistemática e de dificuldades enormes para o território”. “Eu declinei do convite, agradecendo a manifestação, mas ponderei que não aceitaria por incompatibilidade ideológica”, conta o rondoniense que mora em Washington, DC (EUA) há duas décadas.
Segundo relata, Teixeirão pensou um pouco e lhe disse: “Siga com a formação do PDT e poderá contar com meu apoio, desde que desenvolva uma oposição respeitosa e equilibrada, mostrando ao Jerônimo que é possível ser honesto lutando por objetivos comuns, sem pertencer a um mesmo partido”.
Saraiva disse ter saído da casa do governador impressionado com a polidez dele, no entanto, manteve-se aliado ao deputado. Mais adiante, em evento no recém-inaugurado ginásio de esportes Cláudio Coutinho, infiltrado entre pedessistas, Saraiva abriria uma imensa faixa, assim que Teixeirão começou a discursar: Vote contra o governo  estava escrito nela. Houve um princípio de tumulto, mas o governador, com maestria, acalmava os ânimos:  “Deixem o Saraiva protestar, enquanto trabalhamos pelo novo estado; não toquem nele, somos todos democratas”.
“Suei frio, pois apanharia, não fosse o gesto solidário do coronel; por imaturidade, perdi a maior chance da vida para exercitar a vocação política em prol do estado em que nasci”, enfatizou o rondoniense. Desde o período em que foi oposicionista, Saraiva não mais negaria seu testemunho pessoal e até gratidão ao governador. “Ele foi um patriota que esbanjava postura e dignidade de um estadista”.
“O Pelé do meu governo sou eu”, disse Teixeirão ao jornal Alto Madeira, em 1979.
O coronel que criou o Comando de Guerra da Selva em Manaus exerceu o poder mantendo numa ponta o estrategista Roriz, e noutra, o seu secretário de planejamento, economista José Renato da Frota Uchôa. A alguns confidenciava que poderia ser escolhido ministro num eventual governo de Andreazza.
Talvez tenha sido um disfarce aquela conversa de Teixeirão, segundo a qual após elevar Rondônia a estado “descansaria em Macaé”, no Rio de Janeiro. Em 1973 teve diagnosticado um câncer ósseo. Em 28 de janeiro de 1987 morreu, aos 63 anos. Seu corpo foi sepultado no Cemitério São João Batista, no Rio. O sonho só seria realidade, se Andreazza fosse bem sucedido na candidatura à sucessão do general.
Na convenção do PDS em 11 de agosto de 1984, o deputado Paulo Maluf vencia por 493 votos a 350. O partido se dividiu, originando-se a chamada Frente Liberal (depois PFL, atual Democratas) que apoiou o candidato da oposição Tancredo Neves, vencedor no Colégio Eleitoral. [ Entenda o Colégio no próximo capítulo: Janilene Melo ficou no cargo 42 dias e negociou Polonoroeste. ]
Ministros Amauri Stábile (Agricultura), Danilo Venturini (Reforma Agrária), Mário Andreazza (Interior), César Cals (Minas e Energia) e o presidente João Baptista Figueiredo inauguram o armazém da Cibrazem em Ouro Preto do Oeste. O presidente veio duas vezes a Rondônia.
 
Roupas simples, o mineiro Amilton Inácio de Oliveira, então com 41 anos, um dos perseguidos por jagunços no Seringal Muqui viajou de ônibus para Porto Velho e se hospedou num hotel próximo à velha Estação Rodoviária.
Era 1980 e ele havia aberto uma área de terras no seringal, a mando do próprio Incra. Figurava na pré-seleção de futuros assentados e tinha esperança em ser dono do seu chão.
O homem não conseguia curar as feridas. Vira os jagunços sacudiram 40 sacos de arroz colhidos por seu sogro e outros sete colonos. Vira o incêndio de um cafezal, a destruição do engenho de cana-a-de-açúcar e dos cabos de enxada, sem esboçar reação.
Três anos depois da CPI da Terra na Câmara dos Deputados, seu Amilton emocionava o governador no Palácio Presidente Vargas. Durante um encontro com o delegado da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), João Maia, o posseiro arrancou do bolso uma velha foto na qual apareciam seus quatro filhos, perto de um rancho. Três haviam morrido de malária e de hepatite.
Estrela Preciada Bennesby de Macedo, filha do pioneiro Saul Bennesby, que se estabeleceu na região do Abunã no século passado conta que uma vez Teixeirão lhe disse: “Nós somos pioneiros”. Ao que a Baronesa Benesby respondeu: “Eu sou ‘piotária’, o senhor pode ser pioneiro; quando aqui cheguei não havia nada, já o senhor quando chegou encontrou muita coisa feita”.
 
Para o governador, era necessário controlar a entrada de pessoas a Rondônia, então, decidiu instalar em Vilhena o Centro de Triagem de Migrantes (Cetremi)
 
Teixeirão enviou para aquela cidade a 705 quilômetros de Porto Velho a socióloga Frieda Kotlar e o gerente Carlos Alberto Rodrigues Moreira.
“No meio de cem chegam pelo menos uns 20 desocupados”, alertava o governador aos funcionários governamentais.
A maior parte das famílias procurava um lote de terras. A construção civil e as madeireiras só preenchiam vagas esporadicamente. “Que o migrante fique 15, 30 dias ou mais, tudo bem. Mas é preciso mostrar suas habilidades e receber por elas. Hoje temos aqui uma massa de energia dispersa, incapaz de produzir até que o Incra autorize o lote”, dizia Carlos Alberto, sonhando com treinamentos de mão de obra especializada, até então inexistentes.
O Cetremi colaborava com a migração rumo à Amazônia, cumprindo os desígnios da notável Marcha para o Oeste concebida no século 20, quando o governo brasileiro se incomodava ao ver grande parte do território nacional ainda desconhecida, hostil e mitológica para a maior parte dos brasileiros.
Sessenta anos depois dessa marcha, o Incra absorvia futuros ocupantes da parte mais oeste do Brasil. E por mais que o Cetremi adotasse o didatismo, não evitaria que 90% dessa gente iniciasse uma série de derrubadas da floresta.
Com o inseparável boné, ao lado de Reditário Cassol (e) na fundação de Cerejeiras
Entre 1979 e 1985, o catarinense Reditário Cassol fora nomeado administrador de Colorado do Oeste, e em 1986 se elegera deputado estadual. São de autoria dele os projetos para a criação de 19 municípios na década de 1990.
“Em 1979, recebi do governador a determinação para assumir como administrador do distrito de Colorado do Oeste, com o compromisso de levar adiante o lugar. Havia um grande movimento de assentamento de agricultores que vinham de todos os estados do País. Ele contou prontamente com a boa vontade e o destemor deste migrante”, depõe Reditário.
“Organizamos o Colorado e implantamos Cerejeiras, no início de agosto do ano 1979. Nesse dia foi cantado o Hino Nacional pela primeira vez naquela região. Em quatro anos e três dias tivemos o prazer de ver o lugar se transformar num município”, relata.
Parte da área reservada para ser o novo município pertencia ao grupo Arantes, de São Paulo. O Incra desapropriou, atendendo ao governador. “Só tive trabalho grande com os índios, mas graças a Deus eu consegui negociar com todos eles, usando o bom senso, com bom pensamento, sem jogar nenhuma família pros canto. Todos foram se acomodando, e passados alguns meses, o governo exigiu a abertura do Cabixi, que era pura mata”, conta emocionado.
E a cidade surgiu de dentro da própria mata, virou município, criando ânimo para Reditário e seus homens iniciarem também Corumbiara e o distrito de Planalto São Luiz. Outro empresário catarinense, Aloísio Martendal, de Vilhena, protagonizou e testemunhou aquele período de derrubada de matas, transporte e armazenamento de madeira entre Vilhena, Cerejeiras e Colorado.
Segundo o ex-madeireiro e depois criador de gado zebuíno, só o caminhão Mercedes Benz traçado davam conta de escoar a produção agrícola. “Uma vez, cheguei ao pé do morro às seis horas da tarde com um caminhão sem tração, e só consegui sair às 6 da manhã, macaqueando”, conta.
 
“Muitas vezes dormimos debaixo de carrocerias, ao lado de pneus, quase ao relento. A morraria dificultava o tráfego de caminhões toreiros, nem estradas vicinais havia” – Aloísio Martendal
 
Era comum naquele período caminhões serem puxados por cabos de aço ou erguidos por “macacos” de ferro e madeira. Antes da chegada das empreiteiras de obras, Martendal andava de jipe e construía pontes de madeira.
“Dava pena ver as cargas de arroz amontoadas nas vizinhanças de Colorado; só com as vicinais os agricultores fizeram tulhas de arroz e café”, relata. Martendal lembra ter passado 35 dias se alimentando com garapa, café, arroz, mandioca e carne de caça para dar conta de abrir a RO-1. “Isso, sem qualquer comunicação com Rondônia e o mundo, porque não havia telefone e ninguém sabia se a gente tava vivo e com saúde”.
De helicóptero, o célebre Trovão Azul, ele viajava por todo o estado, pousando e decolando até em campos de futebol. Precisava vistoriar obras em diversas frentes, e não poupava assessores em visitar até cinco municípios num só dia.
Entristecia-o ver o sofrimento dos colonos diante de tratores, patrolas, pás-carregadeiras e outros equipamentos do Incra, parados por falta de combustível na construção da cidade de Colorado do Oeste, a 761 quilômetros de Porto Velho.
Segundo relata o empresário, ex-deputado e senador Reditário Cassol, o governador negociou com o coordenador regional do Incra, Bernardo Martins Lindoso e assim obteve autorização para administrar o maquinário.
O engenheiro civil Antônio Figueiredo de Lima, dono da Escala Engenharia, relata: “Teixeirão descia de helicóptero nas clareiras, vinha ao nosso encontro e almoçava algumas vezes com os trabalhadores, e eu, moço novo, conversava com ele de igual para igual”.
Entre 1979 e 1980, trabalhadores da empresa entraram na floresta do Projeto de Assentamento Buritis, abriram picadas na mata, enquanto topógrafos marcavam o eixo das futuras estradas. E assim o governador determinara que também fosse feito em Ariquemes e Jaru, em desafiadoras operações.
Teixeirão, logo considerado um estradeiro, criou os Núcleos Urbanos de Apoio Rural [NUARs], supervisionados pela extinta Companhia de Desenvolvimento Agrícola de Rondônia (Codaron). Metade dos 32 núcleos se transformou em cidades ao longo dos anos 1980, com investimentos do Programa de Desenvolvimento Integrado para o Noroeste do Brasil (Polonoroeste), financiado pelo governo federal e Banco Mundial.
Segundo Figueiredo de Lima, trabalhavam naquele período as empresas Azevedo Terraplanagem, Concic, Covan, Cota e Termac.  O primeiro prédio da Companhia de Armazéns Gerais de Rondônia (Cagero) foi feito pela Escala, lembra seu diretor. “As estradas que abrimos com Teixeirão hoje estão todas asfaltadas”, ele comenta.
► Criou a Companhia de Mineração de Rondônia. Além da extração do pó calcário calcítico, a CMR auxiliaria o DNPM na outorga de áreas de exploração de minérios e metais. Velhas e rudimentares balsas de madeira foram substituídas por dragas financiadas pelo Banco do Estado (Beron). Mais de 20 lojas na cidade adquiriam ouro dos aluviões do rio Madeira.
Mestre maçom em Manaus e benemérito em Porto Velho, o coronel foi paraquedista oficial de Estado-Maior e especialista em guerra na selva. Mestre em saltos e formado em educação física, criou e foi o primeiro comandante do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS). Também dirigiu o Colégio Militar de Manaus. Nomeado para exercer o cargo de prefeito daquela Capital, ficou no cargo até 1979, quando foi indicado para governar o Território Federal de Rondônia, em 10 de abril de 1979.
Restabeleceu o leito ferroviário de sete quilômetros da Madeira-Mamoré, entre a estação central e a estação Santo Antônio.
► Construiu e inaugurou o Hospital de Base Dr. Ari Pinheiro, o maior da Amazônia, com 570 leitos, centro cirúrgico, maternidade, enfermarias e alas de especialidade. Construiu o Ginásio de Esportes de Porto Velho, ao qual deu o nome do capitão Cláudio Coutinho.
Em 1981 criou os municípios de Colorado do Oeste, Costa Marques, Espigão d’Oeste, Jaru, Ouro Preto do Oeste, e Presidente Médici. No apagar das luzes, criou mais dois: Cerejeiras e Rolim de Moura.
Instalou o sistema telefônico por discagem direta a distância (DDD) e internacional (DDI). A Embratel transmitiu pela primeira vez programas ao vivo para Rondônia.
Apoiou a instalação da Universidade Federal de Rondônia em 1982. A Fundação nasceu a partir da antiga Fundacentro e também absorveu cursos da Universidade Federal do Pará, que teve extensão em Rondônia.
 Criou o Grupo de Regularização de Áreas Urbanas (GRAU), aplicando a Lei nº 6.431/77. Moradores do bairro Nova Porto Velho enfrentaram duramente latifundiários e só conseguiram lotes por  meio de ações judiciais movidas no Fórum da Comarca pelo advogado Agenor de Carvalho. Este, em 1980, morreria assassinado com um tiro no coração no quarto de sua casa. O crime foi atribuído a um complô de empresários e um fazendeiro.
Obteve recursos federais e participou da construção da Usina Hidrelétrica de Samuel, da Eletronorte.
_________
 A Câmara dos Deputados aprovou, em 16 de dezembro de 1981, o Projeto de Lei Complementar nº 221-A/81, dando origem à Lei Complementar nº 41, de 22 de dezembro de 1981, que criava a nova Unidade da Federação, o Estado de Rondônia. Teixeirão foi reempossado no cargo de governador agora do estado – em 29 de dezembro de 1981, em Brasília.
No governo de João Figueiredo, o coronel Mário David Andreazza foi ministro do Interior e responsável por programas habitacionais, entre os quais, o Promorar, que erradicou as palafitas das favelas da Maré, no Rio de Janeiro, e dos Alagados, em Salvador.
Lançou um grande programa de habitação nacional, a Política Nacional do Meio Ambiente, demarcou terras indígenas. Ministro dos Transportes (1861-2019); ministro do Interior do Brasil (1889-1990). Trabalhou nos governos do presidente Artur da Costa e Silva (1967-1969), na Junta Governativa Provisória de 1969, do presidente Emílio Garrastazu Médici (1969–1974), e do presidente João Figueiredo (1979–1985).
 
Eunice Michiles
15 de março – O general João Baptista de Oliveira Figueiredo toma posse como o 30° presidente do Brasil.
11 de maio – Eunice Michiles (Arena-AM) torna-se a primeira mulher ocupar um lugar no Senado Federal.
17 de agosto – É fundada a Associação Nacional de Jornais, com o objetivo de defender a liberdade de imprensa.
28 de agosto – Presidente João Figueiredo sanciona a Lei da Anistia.
21 de outubro – Morre Alziro Zarur, fundador da Legião da Boa Vontade (LBV).
30 de outubro – Morre assassinado pela PM o operário metalúrgico Santo Dias da Silva, membro da Pastoral Operária de São Paulo, durante um piquete.
Tancredo Neves
11 de janeiro – Começa a primeira edição do festival de música, Rock in Rio, na Cidade do Rock, na Barra da Tijuca.
15 de janeiro – Tancredo Neves é eleito o presidente do Brasil por 489 votos contra 180 de Paulo Maluf na eleição presidencial indireta, que dá ao fim de Regime Militar.
8 de fevereiro – O primeiro satélite artificial brasileiro, o BrasilSat A1, é lançado da base de lançamento de Kourou, na Guiana Francesa.
14 de março – O presidente eleito Tancredo Neves é internado no Pronto Socorro do Hospital de Base de Brasília.
15 de março – O vice-presidente José Sarney toma posse como 31° presidente do Brasil.[6]
21 de abril – Morre o presidente eleito da República, Tancredo Neves, no Instituto do Coração, em São Paulo.
8 de maio – O Congresso Nacional do Brasil aprova a emenda constitucional, que estabelece as eleições diretas para presidente da República com dois turnos e data fixada e para prefeitos das capitais.
21 de abril – Morre Tancredo Neves, presidente eleito do Brasil. Assume o cargo o vice, senador José Sarney. [Com dados da Wikipedia]
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