10 de novembro de 2024
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Empreendedorismo e associativismo ganham novas cores – A Gazeta ES

As transformações aceleradas que o mundo experimenta estão nos impondo novas posturas e atitudes para responder adequadamente a essas mudanças.

É nesse contexto que se ressaltam dois comportamentos sociais que habitualmente se encontram na receita de desenvolvimento das sociedades que os adotam: o empreendedorismo e o associativismo. Basta reparar que as sociedades mais afluentes e prósperas exibem um alto grau de empreendedorismo.

O/A empresário(a) é o protagonista da riqueza que é gerada pela sociedade. É ele ou ela que por crer em um sonho ou numa perspectiva de prosperidade se incube de mapear mercado, mobilizar recursos próprios ou alugados de terceiros, enfrentar um mercado que tende a ser predatório porque nosso nível de capitalismo ainda é incipiente, gerar empregos – porque necessita mobilizar mão de obra que, por seu turno, necessita que lhe sejam criados os empregos – e recolhe impostos para um “sócio” habitualmente voraz que só compartilha o resultado positivo.
Esse “sócio”, o governo, não comparece quando se trata de dividir prejuízos ou perdas. Pergunte a qualquer empreendedor se ele não troca o lucro que aufere pelos impostos que recolhe. O empreendedor começa por construir seu próprio emprego, mas diferentemente dos colaboradores que emprega raramente tira férias anuais de 30 dias e também dificilmente cumpre jornadas diárias de menos de dez horas. Seu lucro, quando obtém, é, portanto, legitimado por tanto esforço, doação e risco. Aponte uma sociedade onde a cultura do empreendedorismo é praticada convictamente que certamente estará mostrando uma coletividade próspera.
A outra vertente do comportamento de prosperidade é o associativismo. A ideia de se unir com propósitos semelhantes expressa um senso de maturidade e esclarecimento político que também só contribui para o avanço da sociedade. A competição é saudável, na perspectiva do consumidor, contribuinte ou eleitor.
E isso não restringe a possibilidade de ganhos setoriais quando os protagonistas de um mesmo setor compartilham desafios e dificuldades comuns unindo-se e fortalecendo-se nas suas demandas e reivindicações para um ganho coletivo. Depois, então, cada qual, na medida de sua competência – e aqui estamos falando de gestão, gerenciamento de riscos e custos, competitividade, investimento em capital humano, inovação – busca a fatia que um mercado mais opulento pode lhe permitir.
As ricas interações permitidas pelo associativismo ensejam troca de experiências, aprendizagem e complementariedade de competências. Uma demanda setorial tem muito maior relevância que uma reivindicação isolada, e nesse aspecto o senso da política – aqui entendida como a mobilização por uma causa comum – é muito importante para afirmar a maturidade de um setor ou um segmento.
O dado novo que se incorpora agora a esses dois comportamentos tão requeridos para o avanço da sociedade é a progressiva participação da mulher que parece se privilegiar da resiliência do gênero no cumprimento de mais de uma ou duas jornadas de trabalho.
Com os atributos próprios de sua condição, a capacidade de ser multifocada, versátil, lidar com públicos diferentes com senso de acolhimento e empatia, tanto com os colaboradores quanto com os clientes, a mulher amplia seu espaço no mundo do trabalho instaurando uma nova perspectiva para a sociedade.
Não por acaso, nos países mais desenvolvidos do mundo a paridade do gênero no mundo econômico já é uma realidade.
Empreendedores devem ser valorizados por sua função social, merecendo por isso, o apoio necessário para crescer, incluindo acesso a recursos financeiros, capacitação profissional, mentorias e redes de contatos.
Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.
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