A China disparou nesta quinta-feira (4) mísseis que podem ter “sobrevoado” Taiwan antes de supostamente caírem na zona econômica exclusiva do Japão, no primeiro dia de vastos exercícios militares lançados após a visita da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan.
Apesar das advertências de Pequim, que considera Taiwan parte de seu território, Pelosi, segunda na linha de sucessão presidencial, fez u ma visita relâmpago a Taipé, durante a qual afirmou que os Estados Unidos “não abandonarão” a ilha. Nesta quinta-feira, chegou ao Japão, última etapa de sua viagem asiática.
A China considerou a iniciativa da congressista democrata uma “provocação”. Em resposta, manobras militares nas águas próximas de Taiwan, que incluem algumas das rotas marítimas mais movimentadas do mundo
As manobras, que começaram ao meio-dia local (1h00 de Brasília), incluíram “disparos de mísseis convencionais” contra as águas da costa leste de Taiwan, afirmou Shi Yi, porta-voz militar da China.
O ministério taiwanês da Defesa confirmou que exército chinês disparou “11 mísseis” balísticos do tipo Dongfeng “nas águas do norte, sul e leste de Taiwan”.
Além disso, denunciou que 22 aviões militares cruzaram a “linha média” do Estreito de Taiwan, uma coordenada não oficial, mas que raramente é ultrapassada, no meio do caminho entre a costa da China e as da ilha autônoma.
O Japão pediu o “fim imediato” das manobras chinesas, após indicar que cinco mísseis caíram supostamente em sua zona econômica exclusiva (ZEE) e que quatro deles podem ter “sobrevoado a ilha de Taiwan”.
“As ações chinesas desta vez têm grande impacto na paz e segurança da região”, declarou o chanceler japonês Yoshimasa Hayashi, à margem de uma reunião ministerial de países do sudeste asiático no Camboja.
O secretário de Estado americano Antony Blinken disse que esperava que a China “não provoque uma crise nem busque um pretexto para aumentar suas operações militares agressivas”.
Fonte: Agence France-Presse