O comitê é formado por representantes da Unir, Ifro, Instituto Lixo Zero e outros. Segundo o documento, a categoria tem se exposto a contaminação enquanto lida com os resíduos jogados de forma irregular.
O Comitê de Atenção aos Catadores de Porto Velho, divulgou uma carta pedindo apoio e maiores cuidados para a categoria, suas famílias e vizinhanças, durante a situação de emergência sanitária provocada pela pandemia da Covid-19.
Conforme o documento, os efeitos da pandemia nessa classe de trabalhadores são dramáticos, pois eles estão se expondo a contaminação enquanto lidam com os resíduos descartados de forma irregular, como as máscaras nos lixos domésticos.
O texto manifesta preocupação, especialmente, com os catadores da Vila Princesa. Mas pontua que também existem grupos de catadores organizados na zona leste como os que compõe o coletivo “Unidos pela Vida”.
“Para muitos falta moradia adequada, saneamento básico, acesso a água. Como você pode pedir que a pessoa lave as mãos se ela não tem água em casa no seu cotidiano? Como a gente vai falar de isolamento quando moram 10 pessoas em uma casa?”, comenta Rafael Christofoletti, que também assina a carta.
Segundo informações da Unidade Básica de Saúde da Vila Princesa, até o dia 15 de agosto, sete pessoas haviam testado positivo para o novo coronavírus no local.
“Quando alguém da casa testa positivo e convive em um único cômodo com 10 pessoas, que é a realidade, então uma pessoa pode contaminar 10 e essas respingam em outras… e assim vai”, comenta o médico Karley Rodrigues, que atua na Vila.

Voluntários do comitê, realizam a arrecadação e distribuição de alimentos, produtos de limpeza, máscaras, álcool em gel e o desenvolvimento de projetos de orientação, prevenção e cuidado.
O comitê é formado por representantes da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Instituto Federal de Rondônia (Ifro), Cooperativa Rondoniense de Catadores de Materiais Recicláveis (Catanorte), Instituto Lixo Zero entre outros.
Coronavírus x lixo doméstico

Neste momento são necessários cuidados com o lixo produzido em casa, principalmente as pessoas que estão com suspeita ou infecção pelo novo coronavírus. Esses cuidados podem diminuir os riscos de contaminação. Alguns deles são:
- Separar uma lixeira de uso exclusivo da pessoa infectada ou suspeita no cômodo reservado para ela;
- Usar, preferencialmente, sacos hermeticamente fechados;
- Higienizar pontos de contatos, como alças e tampas de lixeiras.
Todo o resíduo tem que ser individualizado. Se a pessoa não tiver um saco hermeticamente fechado, ela precisa amarrar muito bem o saco de lixo e só depois disso descartá-lo em uma lixeira comum.
Quem estiver infectado não pode ter contato com o exterior do saco, apenas descartar seus resíduos dentro dele. Uma pessoa não infectada deve retirar o saco do cesto pelo lado de fora e fechá-lo de forma que não vaze ar nem líquidos, para que o vírus fique dentro do saco de lixo.
Com esses cuidados, o lixo poderá ser manipulado por qualquer pessoa, como outros moradores da casa ou as pessoas responsáveis pelo recolhimento do lixo.
Planejamento
O Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) de Rondônia foi disponibilizado online neste mês. O texto, elaborado pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), visa reduzir a geração de lixo e minimizar os danos ambientais durante o descarte desses resíduos.
As ações do plano — quando colocadas em prática — podem: proteger a saúde pública, colaborar com a preservação ambiental, orientar investimentos e a gestão integrada de resíduos sólidos, incentivar a indústria de reciclagem e colaborar com a educação ambiental.
G1 RO
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