O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das fake news, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), disse que o ex-ministro Sergio Moro será convocado para falar sobre a intenção do presidente Jair Bolsonaro de interferir em inquéritos da Polícia Federal.
Moro fez praticamente uma delação premiada. Ele poderia ter agido lá atrás e denunciado o presidente de querer dominar a PF p/ controlar algumas investigações. Vamos convocar o Moro para falar na CPMI p/ aprofundarmos mais nesses inquéritos q Bolsonaro quer controlar.
— Senador Angelo Coronel (@angelocoronel_) April 24, 2020
A CPI, formada por deputados e senadores, investiga notícias falsas e assédio nas redes sociais. Instalada ainda em 2019 com o objetivo de investigar as fake news durante as eleições de 2018, o colegiado tem expandido seu escopo e quebrado sigilos fiscais e bancários de empresas e pessoas físicas.
Na última quarta-feira (22), o Senado Federal acatou questão de ordem apresentada pelo senador Ângelo Coronel (PSD-BA), para a suspensão do prazo da comissão, que foi prorrogado até que sejam retomadas as atividades regulares do Senado.
A decisão aconteceu dois dias depois que o filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), entrou com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja impedida a prorrogação do colegiado investigativo.
A CPI tem apontado a família Bolsonaro como criadora do chamado “gabinete do ódio”, que, segundo os congressistas membros da comissão, espalha notícias falsas contra adversários políticos da família do presidente.
A relatora da CPI mista, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), vê as digitais do presidente Jair Bolsonaro na disseminação de ataques e notícias falsas contra adversários políticos nas redes sociais. Para a deputada, Bolsonaro “pula de galho em galho” em busca de um novo inimigo para manter a “adrenalina” de seu “grupo de cachorros loucos”. “É assim que funciona o processo de construção de fake news no Brasil”, disse Lídice.
Congresso em Foco.
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