Equipes da Força Tarefa da Lava Jato cumprem hoje (5), no Rio de Janeiro, 6 mandados de prisão preventiva e outros 3 de prisão temporária. Sete pessoas já foram presas, entre elas um ex-procurador da Justiça e ex-secretário Nacional de Justiça e Cidadania Astério Pereira dos Santos.
Os agentes da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) cumprem também 32 mandados de busca. Todas as pessoas são acusadas de participar de um esquema de pagamentos de propina a conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e de lavagem de dinheiro através de contratos na Secretaria estadual de Administração Penitenciária.
Segundo a PF, esta rede seria organizada por empresários e agentes públicos com apoio de dois escritórios de advocacia. E envolvia laranjas e familiares dos acusados.
Até a última atualização desta reportagem, oito pessoas haviam sido presas.
Quem são os procurados
- Astério Pereira dos Santos, ex-procurador;
- Carlson Ruy Ferreira, empresário;
- Danilo Botelho dos Santos, filho de Astério, advogado;
- Josemar Pereira, empresário;
- Marcelo da Silva Ferreira, empresário;
- Pedro Navarro César, advogado;
- Thiago Bustamante Fontoura, empresário;
- Vinicius da Silva Ferreira, empresário;
- Viviane Ferreira Coutinho Alves, advogada.
Além de Astério, estão presos o filho dele, o advogado Danilo Botelho; o também advogado Pedro Navarro, sócio de Danilo; e a advogada Viviane Ferreira Coutinho Alves.
A força-tarefa tentava cumprir nove mandados de prisão.

A TV Globo apurou que contra Astério há suspeitas de pagamento de propina, de lavagem de dinheiro e de ter ajudado na fuga do empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, o Rei Arthur.
A PF afirma ainda que o esquema beneficiaria integrantes do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.
Outros alvos são o empresário Carlson Ruy Ferreira, pai de Viviane, e um delegado da Polícia Civil do RJ.
O juiz Marcelo Bretas expediu ainda 32 mandados de busca e apreensão.
Da Seap ao Planalto
Astério, procurador aposentado do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), integrou o governo Temer em 2017. Assumiu em março e pediu demissão em novembro daquele ano.
Para ocupar o cargo federal, Astério se aposentou do MPRJ — condição em que perdeu o foro privilegiado. Com isso, o inquérito foi enviado para a primeira instância, onde Bretas atua.
Antes, esteve à frente da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) no governo Rosinha Garotinho, entre 2003 e 2006. É sobre a gestão das cadeias do RJ que versam as suspeitas de lavagem de dinheiro e de pagamento de propina.
A imprensa do Rio de Janeiro ainda não procurou a defesa de Astério e dos outros envolvidos.

*Informações do G1 e Agência Brasil