O diretor de exploração e produção da Petrobras, Fernando Borges, admitiu ontem que a estatal tem sido mais rápida ao repassar para os preços finais dos combustíveis no País as quedas do petróleo no mercado internacional. Segundo ele, essa diferença de tratamento no repasse das flutuações externas é “benéfica para a sociedade” e se mantém dentro dos limites da política de preços da companhia, definida em 2016.
“A gente (Petrobras) passar mais amiúde a redução e demorar um pouco mais para passar a subida…, (com isso) nós estamos beneficiando a sociedade brasileira”, afirmou ele, em evento online da agência especializada Epbr.
Após a declaração, a estatal reforçou, em comunicado ao mercado, que tem “compromisso com preços competitivos e em equilíbrio com o mercado” e que evita o repasse imediato das volatilidades externas e do câmbio aos preços.
As declarações vêm num momento de alta dos preços do petróleo, depois que a Opep decidiu reduzir sua produção com a alegação de que a economia mundial corre o risco de entrar em recessão. Como revelou o Estadão, a direção da Petrobras tem sido pressionada pelo governo a segurar aumentos de preços até o fim das eleições – num movimento que poderia beneficiar a campanha do presidente Jair Bolsonaro, que concorre à reeleição.
Fonte: Agência Estado