Apesar de reconhecer as dificuldades na Ucrânia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sancionou, ontem, a anexação das regiões de Zaporizhzhia e Kherson (sudeste) e de Donetsk e Luhansk (leste). O chefe do Kremlin também assinou um decreto no qual isenta da mobilização parcial de reservistas os estudantes universitários e de instituições privadas. No dia em que Kiev anunciou novos avanços militares em Kherson e em Luhansk, um Putin cada vez mais pressionado buscou transmitir uma mensagem de otimismo. “Partimos do princípio de que a situação nos novos territórios se estabilizará”, declarou, em conversa com professores, durante videoconferência transmitida pela televisão.
Uma sondagem divulgada pelo instituto de pesquisas independente Centro Levada, sediado em Moscou, apontou que 47% dos russos reagiram com “horror” e “ansiedade” à ordem de Putin de mobilizar 300 mil reservistas para combaterem na Ucrânia — 23% se disseram chocados, 13% com raiva e outros 23% afirmaram sentir orgulho patriótico. A aprovação do presidente diminuiu de 83% para 77%. Também ontem, Putin promoveu o líder checheno Ramzan Kadyrov ao posto de coronel-general, poucos dias depois de o aliado pedir o uso de armas nucleares táticas como estratégia para forçar a recuperação de territórios.
Fonte: Rodrigo Craveiro